Paim lamenta caso de racismo, desta vez, no futebol brasileiro

Senador criticou atitude de torcedores gaúchos que insultaram árbitro durante partida do Campeonato Gaúcho.

 

Paim: “somente os mais ignorantes é que têm essa
posição atrasada, arcaica, obsoleta, que merece
o nosso nojo”

O senador Paulo Paim (PT-RS) lamentou, nesta sexta-feira (7), em plenário, as manifestações de racismo que ocorreram, na última quarta-feira, na cidade de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul. Na oportunidade, durante o jogo do Campeonato Gaúcho, o árbitro Márcio Chagas da Silva, eleito o melhor da competição no ano de 2013, foi chamado de “macaco”.

O árbitro também ouviu insultos como “volta para o circo” e “teu lugar é na selva”, além de encontrar, após a partida, seu carro arranhado, amassado e lambuzado com bananas.

“Eu conheço Bento Gonçalves e entendo que essa não é uma posição da cidade de Bento Gonçalves, mas sim de um grupo de pessoas ignorantes, atrasadas, equivocadas que cometem um crime desses contra o juiz que é um dos melhores”, disse Paim.

O senador aproveitou a oportunidade para destacar que, devido a esses grupos minoritários, muitos brasileiros não compreenderam o motivo de o Brasil ter tantas leis contra o racismo, como: Lei Afonso Arinos, Lei Caó, Lei de Injúria, Estatuto da Igualdade Racial, a política de cotas.

“Somente os mais ignorantes é que têm essa posição atrasada, arcaica, obsoleta, que merece o nosso nojo. Merece o nosso nojo!”, ressaltou. “Quem usa esse tipo de instrumento para qualificar ou desqualificar uma pessoa é quem não tem argumento e vai para a ofensa pessoal, atingindo não somente um indivíduo, mas todo um povo, todo um coletivo. Isso é da maior gravidade”, emendou o senador que disse acreditar que a Federação Gaúcha de Futebol tomará todas as medidas cabíveis.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) lembrou que o País está às vésperas da Copa do Mundo e que é lamentável que fatos como esse ocorram. O petista ainda lembrou que, recentemente, o Brasil se indignou com os atos racistas de parte da torcida do Real Garcilaso, contra o jogador Tinga, durante partida da Copa Libertadores realizada no Peru.

“Me expresso como os torcedores brasileiros em geral, ainda mais a menos de 100 dias da Copa do Mundo. Vamos refletir, vamos pensar a importância disso e respeitar cada ser humano. Não importa sua origem, raça, cor, origem, condição socioeconômica, o que for”, disse.

Outro caso de racismo no futebol brasileiro aconteceu ontem, em Mogi Mirim, durante partida do Campeonato Paulista.

Na oportunidade, a vítima foi o jogador do Santos Futebol Clube, Arouca, que ao sair de campo ouviu insultos racistas de um torcedor da equipe adversária.

Em entrevista, após a partida, o jogador disse que tem muito orgulho de suas raízes africanas, justamente o que o cidadão utilizou para tentar ofendê-lo.

Rafael Noronha
 

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