Mantega: pessimismo de analistas sobre economia é infundado

Para o ministro “talvez, 2013 seja o
“fundo do poço”, pois a economia mundial
mostrou sinais de ligeira melhora

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou, nesta sexta-feira (16), que não há fundamentos para o pessimismo a respeito da atividade econômica brasileira do 2º semestre, pois diversos setores estão em rota de crescimento. Durante sua apresentação “Perspectivas da Economia Brasileira”, no Fórum Nacional da Indústria (CNI), em São paulo, o ministro se referiu às opiniões publicadas, em especial, de analistas do mercado financeiro, que projetam crescimento de apenas 1% para 2014.

Segundo Mantega, vários fatores devem dinamizar o crescimento no segundo semestre, como as concessões, a queda da inflação, crescimento maior do crédito, o consumo, e o câmbio mais desvalorizado. “Podemos verificar que não só a economia brasileira cresceu bem no primeiro semestre, como no segundo poderá seguir trajetória semelhante”, afirmou.

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Para o ministro “talvez, 2013 seja o “fundo do poço”, pois a economia mundial mostrou sinais de ligeira melhora nas últimas semanas. Ele citou como exemplos as economias chinesa e americana, que dão sinais de recuperação. “Em 2014, devemos ter uma gradual retomada da economia internacional e isso vai ajudar a economia brasileira”, disse.

Mantega falou sobre as dificuldades enfrentadas pelo Brasil como a baixa capacidade de exportação, sobretudo da indústria, queda do superávit comercial, retração do crédito dos bancos privados, aceleração inflacionária no final de 2012 e início de 2013, comércio varejista mais fraco e redução da confiança do consumidor e do produtor.

Mas, por outro lado, fatores positivos relativos ao aumento de investimentos vão ser impulsionados no segundo semestre. O consumo de bens de capital aumentou 15% de janeiro a junho, cenário que deverá ter continuidade. “A confiança está retomando e é fundamento para animar empresário. O empresário tem que estar animado para ir atrás de lucro e investir”, disse. Além dos investimentos, a redução dos custos financeiros, a taxa de câmbio competitiva e as desonerações tributárias já realizadas contribuirão para o reaquecimento da atividade econômica.

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Concessões a cada 15 dias

Otimista com a recuperação que ocorrerá na segunda metade do ano, Guido Mantega ressaltou o pacote de concessões preparado pelo Governo na área de infraestrutura, o que elevará os investimentos no País e irá estimular a economia. As concessões “serão o grande evento do segundo semestre”. Haverá “um leilão a cada 15 dias”, disse.

No encontro com empresários, Mantega fez uma longa explanação sobre o cenário econômico externo e as perspectivas para o Brasil. “Deixei claro para os empresários que a estratégia do governo é tornar esses leilões atrativos pro setor privado. A rentabilidade elevada vai atrair os empresários. Melhoramos muito o sistema de financiamento, que viabiliza rodovias e ferrovias”, afirmou.

Estão programados leilões para setembro das rodovias BR-050 e BR-262 e dos aeroportos de Confins (MG) e Galeão (RJ). Já em outubro, será a vez do primeiro trecho de ferrovia, de Açailândia a Barcarena. As rodadas de concessões do portos estão sendo preparadas para acontecer em novembro.

Sobra a taxa inflacionária, Mantega admitiu que houve uma diminuição do poder aquisitivo de parte da população no primeiro semestre. Nos últimos dias porém, a inflação já deu sinais de queda – 0,03% em julho, a menor dos últimos três anos. “O aumento do crédito deverá estimular a volta do consumo varejista, que não foi tão bem no primeiro semestre”.

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Veja a apresentação completa do Ministro da Fazenda

Com informações de agências onlines

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