AP 470: Suplicy lamenta punição e diz que não há provas contra petistas

AP 470: Suplicy lamenta punição e diz que não há provas contra petistas

Senador destacou ainda a urgência de mudar o atual modelo de financiamento das campanhas eleitorais.

A iminente prisão dos petistas condenados é um
momento grave para o partido, ainda que não
tenha sido dado aos réus “o devido direito de
defesa plena”

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) voltou a defender, nesta quinta-feira (14), regras que assegurem a transparência e a fiscalização da sociedade sobre o financiamento das campanhas eleitorais. Em pronunciamento no plenário, ele reiterou sua disposição de lutar pela aprovação do projeto (PLS 601/2013) que obriga candidatos e partidos a divulgar, antes da eleição, o valor das contribuições recebidas e a identidade dos doadores, para que os eleitores possam saber quem são os financiadores de cada candidatura.

Suplicy referiu-se aos membros do PT condenados na Ação Penal 470, o chamado mensalão, que tiveram suas prisões decretadas na última quarta-feira pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O senador considera que não foram apresentadas provas que justificassem as condenações de José Dirceu, José Genoíno, Delúbio Soares e João Paulo Cunha, mas ponderou que o episódio exige uma reflexão profunda sobre o modelo de financiamento das campanhas eleitorais no País. “Nós do PT precisamos muito refletir sobre como prevenir, como evitar, se houve erros de procedimentos vamos justamente evitar isso”, defendeu.

A iminente prisão dos petistas condenados, avaliou Suplicy, é um momento grave para o partido, ainda que não tenha sido dado aos réus “o devido direito de defesa plena, para que, uma vez tomada a decisão pelo Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, no sentido de que devessem já serem tomadas as decisões relativas à prisão dessas pessoas e de outros envolvidos”.

O senador recordou a longa convivência com os petistas condenados, em 33 anos de militância no partido. “Sempre tive com cada um deles uma relação de respeito, de construção, de lutar por objetivos de grande significado, sobretudo pela democratização de nosso País”. Suplicy destacou a campanha pelas Diretas Já, da qual José Dirceu foi um dos principais articuladores, e o processo que resultou no impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello.

“Nós dois [Suplicy e Dirceu], juntos, escrevemos o requerimento que depois deu origem à Comissão Parlamentar de Inquérito sobre os atos de Paulo César Farias. Ambos participamos, assim como José Genoino, da CPI que resultou no afastamento do ex-presidente”, lembrou o senador.

Cyntia Campos

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