Ana Rita elogia CNBB por escolha do tema da Campanha da Fraternidade

Ana Rita: “O tráfico de pessoas desumaniza
e crucifica milhões de pessoas em todo o
planeta” (Agência Senado)

Neste ano, o tema da campanha da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil é “Fraternidade e tráfico humano”.

A presidenta da Comissão de Direitos Humanos (CDH), senadora Ana Rita (PT-ES), em pronunciamento realizado na última quarta-feira (13), elogiou a escolha da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para o tema da tradicional Campanha da Fraternidade, promovida anualmente durante a Quaresma, período que se estende da quarta-feira de cinzas até a Páscoa. Neste ano, o mote da campanha é “Fraternidade e tráfico humano”.

“Há, com toda razão, preocupação da sociedade brasileira no sentido de debater e combater o tráfico de pessoas e a exploração sexual. O tráfico humano é uma chaga social. As migrações tornam as pessoas vulneráveis”, disse a senadora. “A mobilidade humana não pode ser motivo de exploração social, de perpetuação de injustiças. O tráfico humano é uma ofensa aos direitos humanos porque oprime e escraviza a pessoa, ferindo sua dignidade e evidenciando diversas violações de direitos presentes na sociedade contemporânea”, emendou.

De acordo com dados da ONG Walk Free, citados pela senadora, 30 milhões de pessoas no mundo são exploradas no tráfico humano. Relatório da Organização Internacional do Trabalho, a OIT, aponta que 21 milhões de pessoas no mundo e 1,8 milhão só na América Latina; 74% das vítimas são adultos – 15,4 milhões – e 26% estão abaixo de 18 anos – 5,6 milhões. As mulheres são maioria: 55 % dos casos. E 27% das vítimas são crianças, a maioria meninas.

Segundo a ONU, o crime de tráfico de pessoas gera um lucro de US$ 32 milhões. O relatório também informa que o tráfico para exploração sexual registra 58% de todos os casos de tráfico encontrados em todo o mundo, enquanto a percentagem de casos detectados para o trabalho forçado dobrou, nos últimos 4 anos, para 36%.

“O tráfico de pessoas desumaniza e crucifica milhões de pessoas em todo o planeta. Constitui uma das formas mais explícitas da escravidão do século 21e reflete profundas contradições históricas das relações humanas e sociais da humanidade. Vulnera e viola a dignidade e a liberdade de numerosas pessoas, fere seus corpos, mata seus sonhos e o direito de viver”, enfatizou.

Para acabar com essa prática, Ana Rita apontou que todos – igrejas, sociedade civil e Estado – devem trabalhar de forma conjunta e urgente no intuito de coibir e punir aqueles que atuam na prática desse crime. “Só será possível a concretização do sonho de uma sociedade sem tráfico de pessoas se houver uma ampla comoção e mobilização social e política, articulada em redes de proteção e defesa de direitos das populações empobrecidas, vítimas em potencial desse hediondo crime. Trata-se de uma tarefa que se impõe a todos e todas como imperativo humano”, salientou.

Homenagem
O Senado marcou para o próximo dia 8 de abril uma sessão especial em homenagem à Campanha da Fraternidade deste ano. Para Ana Rita, essa será uma oportunidade para dar mais voz ao trabalho da CNBB. “A sociedade brasileira está preocupada em combater o tráfico de pessoas e a exploração sexual. O tráfico humano é uma chaga social”, disse Ana Rita.

Uma comissão parlamentar de inquérito, que funcionou no Senado entre 2011 e 2012 investigou denúncias de tráfico de pessoas em diversos estados. Um dos casos foi a denúncia de envio de jovens do Rio de Janeiro para Namíbia, no sul da África e o aliciamento de homossexuais em São Paulo.

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