Dilma em Davos repercute positivamente entre investidores

Executivos de grandes empresas descartaram clima pessimista e de desconfiança.

Empresários e banqueiros receberam com bons
olhos a fala da presidenta Dilma Rousseff sobre
a condução política econômica brasileira
(Foto: Palácio do Planalto)

Empresários e banqueiros receberam com bons olhos a fala da presidenta Dilma Rousseff sobre a condução política econômica brasileira durante o Fórum Econômico Mundial em Davos (suíça), na última sexta-feira (27). Durante todo o fim de semana, os investidores consultados pela imprensa convencional do País afastaram o clima de desconfiança sobre o crescimento do Brasil.

Dilma, em seu discurso – o primeiro neste Forum que reúne os principais líderes empresariais e políticos do mundo –, reafirmou sua determinação em manter a inflação dentro da meta e o equilíbrio fiscal. Também indicou a presidenta o compromisso de: “tornar mais efetiva e transparente a geração de superávit primário de todos os entes federados; e o reposicionamento dos bancos públicos na expansão do crédito ao investimento, possível agora graças ao aumento da participação do financiamento privado”.

Para o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Enrique Iglesias, a mensagem de Dilma foi “positiva e realista do potencial do Brasil”. “Todos os países têm altos e baixos em matéria de ciclos. Mas creio que hoje ninguém discute o potencial de desenvolvimento do Brasil”, afirmou.

Gerard Hartsink, presidente do CLS Bank International, disse que não está preocupado com pressão da inflação no Brasil. E acha que as grandes descobertas de petróleo são um “estímulo positivo” ao crescimento do País. “Estive muitas vezes no Brasil. Sou muito positivo em relação ao Brasil”, disse.

Frederico Curado, presidente da Embraer, salientou que as principais mensagens para os estrangeiros foram dadas: de austeridade fiscal, controle de inflação, investimento privado brasileiro e estrangeiro, infraestrutura, educação. Perguntado se o discurso de Dilma convenceu, num cenário de baixo crescimento, pressão inflacionária e desencanto com a desaceleração dos Brics (bloco econômico de cinco economias emergentes: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), Curado respondeu: “Eu acho. O Brasil vai acabar crescendo. Desatando este nó da infraestrutura, aeroportos e portos indo em frente. Isso vai puxar o crescimento.”

Ricardo Villela Marino, vice-presidente do banco Itaú também saiu satisfeito. Ele disse que Dilma fez um “discurso positivo, de quem mostra que está entendendo a problemática do país domesticamente e a situação global depois de cinco anos de crise financeira global”. “A maior preocupação agora é ver a implementação destas políticas e planos anunciados. A direção está acertada”, concluiu.

Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco, acredita que Dilma “convenceu” os investidores. Mas lembrou que “o mercado é sempre assustado”. E que embora a economia brasileira seja diferente da de seus vizinhos, como a Argentina, é preciso agora “foco”. “O Brasil precisa de foco em realizações. Está fazendo, mas precisa fazer mais. É o grande desafio, da infraestrutura urbana, principalmente. O Brasil é um país produtivo. Mas não somos competitivos”, advertiu.

Com Valor Econômico e O Globo
 

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